POLÊMICA: abaixo-assinado quer proibir caixas de som nas praias de Salvador

Um abaixo-assinado que pede o fim das caixas de som nas praias de Salvador já reuniu mais de 8 mil assinaturas. A iniciativa é do baiano Lucas Albuquerque, 30 anos, que defende que o barulho causado pelos equipamentos atrapalha quem busca sossego e apreciação da natureza. O documento, disponível na plataforma Change.org, pretende alcançar 10 mil assinaturas.
A poluição sonora nas praias da capital baiana tem gerado debates. Enquanto alguns banhistas gostam de levar suas caixas de som para curtir um pagodão ou funk, outros se sentem incomodados com a mistura de ritmos e o volume alto. O médico Lucas Albuquerque em entrevista ao Jornal Correio, disse que a iniciativa reflete um desejo coletivo. “A praia é um espaço de contemplação, mas o excesso de aparelhos causa incômodo”, afirma.
A discussão não é exclusiva de Salvador. Em cidades como Vitória (ES), Guarujá (SP) e Itapema (SC), o uso de caixas de som na praia já é proibido. No sul da Bahia, a prefeitura de Itacaré adotou a medida em dezembro do ano passado, com multas que podem chegar a R$ 20 mil.
Além do abaixo-assinado, o tema agora está na Câmara Municipal. Na terça-feira (4), o vereador Alexandre Aleluia (PL) protocolou um projeto de lei que prevê a proibição do uso de caixas de som nas praias de Salvador, com apreensão dos aparelhos e aplicação de multas. “Diante do avanço do problema, não restou alternativa senão a criação de uma lei para devolver a tranquilidade às nossas praias”, declarou o vereador.
Enquanto isso, a poluição sonora segue sendo uma das principais queixas na cidade. Em 2024, Salvador já registrou mais de 23 mil denúncias desse tipo, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), embora nenhuma tenha sido referente ao som nas praias.